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Obras de Portinari no MON A relação de amizade entre o pintor Candido Portinari (1903-1962), um dos maiores nomes da arte brasileira no século 20, e o mecenas e colecionador de obras de arte nacionais Raymundo Ottoni de Castro Maya (1894-1968) é o foco desta exposição. Uma amizade que ultrapassou os limites do mecenato, das encomendas e de projetos conjuntos. Na exposição Portinari na Coleção Castro Maya, são exibidas 58 obras, entre pinturas, desenhos e gravuras; além de fotos, livros e documentos. Adquiridas entre as décadas de 1940 e 1960, os trabalhos pertencem à Coleção Castro Maya, hoje o maior acervo público de obras do pintor, reunido no Museu Chácara do Céu, no Rio de Janeiro. A coleção teve início em 1943, quando o colecionador convidou Portinari para ilustrar o primeiro livro da Sociedade dos Cem Bibliófilos do Brasil. No Natal daquele ano, o pintou presenteou o colecionador com a tela do Retrato de Castro Maya. A partir daí, encomendas, doações e aquisições foram enriquecendo o acervo e o fluxo de obras continuou mesmo após a morte do pintor em 1962. Castro Maya continuou a negociar e a perseguir as pinturas de Portinari até às vésperas da própria morte. Menino com Pião, O Sonho, A Barca, O Sapateiro de Brodósqui, Grupo de Meninas Brincando, Lavadeiras, Morro n.11, são alguns dos trabalhos célebres apresentados no núcleo Colecionador, o qual destaca a relação profissional direta estabelecida entre os dois. Na subdivisão intitulada Mecenas, é possível encontrar as obras que resultaram de encomendas, como as gravuras Menino a chupar cana, Trabalhadores do engenho, Retrato de Menino, Velha Totonha e Homem a cavalo, entre outras. Amigos é título do terceiro núcleo, em que o enfoque é voltado para todos os registros, fotos, documentos e obras, como o Retrato de Castro Maya, que testemunham o afeto e as afinidades que uniram Portinari e Castro Maya. Foi no campo dos livros ilustrados que o mecenas Castro Maya se realizou mais plenamente. Com Portinari, deu-se a aliança feliz entre um bibliófilo comprometido seriamente com a edição de livros de arte e um artista que dedicou uma parcela significativa de sua obra a este tipo de empreendimento. Juntos eles produziram, nas décadas de 1940-1950, os livros Memórias póstumas de Brás Cubas e O alienista, de Machado de Assis, e Menino de engenho, de José Lins do Rego. |